quarta-feira, 4 de julho de 2012

Mayana Neiva: “Puxo o sotaque e puxo a peixeira"

Ao relembrar histórias do passado, Mayana Neiva, 28 anos, não consegue esconder o sotaque carregado de quem nasceu em Campina Grande, no interior da Paraíba. “É uma questão de identidade, é muito forte. Falou de ternura, de coração, de amor e de tapioca, ele vem”, brinca a atriz, de emoções visivelmente intensas, cujos níveis oscilam entre extremos. Ela gesticula e para, aumenta e diminui o tom de voz, dá gargalhadas e murmura. É doce e forte. E é franca. “Sou determinada”, diz, ao explicar o que tem da mulher paraibana, a “cabra-macho, sim, senhor” – expressão da canção Paraíba, composta por Humberto Teixeira, em 1952, e eternizada na voz de Luiz Gonzaga. “Puxo o sotaque e puxo a peixeira”, diz, às gargalhadas, ilustrando bem o seu lado “bravinho” de ser. “Às vezes, tenho até que controlar esse jeito meio bruto.”
Acompanhada por um rosto de traços marcantes e um corpo curvilíneo, a personalidade forte de Mayana certamente a impulsionou em suas conquistas, tanto que ela não desistiu da carreira artística nem quando, ao se tornar conhecida como a Miss Paraíba 2003, aos 19 anos, foi desestimulada por algumas pessoas a investir na profissão. “Achavam que a gente era burra”, lembra, referindo-se ao preconceito que costuma rondar mulheres bonitas, especialmente misses e modelos.
A insistência a levou à aprovação em seu primeiro teste, para a minissérie "A Pedra do Reino", exibida em 2007, na TV Globo. Eclética, já era formada em drama pela Universidade de São Francisco, na Califórnia, em letras, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), fora os cursos que fez de filosofia e astrofísica. Cinco anos depois do primeiro papel e com oito trabalhos na televisão, Mayana vive Elisa na novela das 6 da TV
Globo, "Amor Eterno Amor", a suposta alma gêmea de Rodrigo, interpretado por Gabriel Braga Nunes. Ao falar desse trabalho, a emoção brota, pois lhe são caros e íntimos alguns dos temas densos da história, como a espiritualidade. Mayana diz ser sensitiva e ter o dom da mediunidade. “Sempre tive um desejo de transcendência”, explica a atriz que, como sua personagem, também se distanciou do primeiro namorado, no início da adolescência. “Fico emocionada, porque foi muito forte”, diz, com os olhos marejados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário